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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Direitos Fundamentais e Sociais são discutidos em palestra no XV Congresso da Anoreg, em Natal-RN



(Flavio Crocce, Rogério Bacellar, Rodrigo Toscano de Brito e João Pedro Lamana Paiva


A palestra da última quinta-feira (21) abordou o tema: “Direitos Fundamentais Sociais garantidos pela Transparência dos Serviços Notariais e de Registro”, o assunto faz parte do ciclo debates que acontece durante os dias 20 a 23 de novembro no XV Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registro, em Natal-RN.

O presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR), Rogério Bacellar, mediou a palestra que contou com  a participação do Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Flavio Crocce Caetano, do professor e advogado Rodrigo Toscano de Brito e do registrador de imóveis de Porto Alegre-RS, João Pedro Lamana Paiva.

Bacellar, em sua fala, agradeceu a todos os associados que votaram e o reelegeram para o mandato de presidente da Anoreg-BR. A eleição, por aclamação autorizada pela Assembleia Geral Ordinária, por ser chapa única, aconteceu durante a manhã.

De acordo com Bacellar, o principal objetivo deste mandato é integrar e modernizar os serviços da classe. “Vamos lutar para ter um notário e um registrador em Conselhos de representação nacional, bem como uniremos esforços para que seja aprovado o Conselho Nacional da categoria, que já está em tramitação na Câmara dos Deputados”, afirmou.

O deputado federal, Alex Canziane, também esteve no congresso, e enfatizou a importância do trabalho dos notários e registradores para a sociedade brasileira. Ressaltou, ainda, a “dedicação constante” de Rogério Bacellar em buscar melhorias para a categoria. Para Canziane, a valorização da atividade depende principalmente dos membros da classe. “Valorização e respeito dependem de cada notário e registrador”, concluiu.

De acordo com Flavio Crocce, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tem atuado em conjunto com os cartórios com o objetivo de colaborar para desjudicialização dos processos brasileiros. Destacou a importância de se criar parcerias com notários e registradores, e assim amenizar o número exorbitante de processos judiciais no Brasil.

Segundo Crocce, o sistema de justiça brasileiro possui em média 92,2 milhões de processos e lembrou que a demora na análise atrasa a conclusão dos julgamentos. “Ainda hoje julgamos casos da década de 50, 60 e 70”, afirmou. Para o secretário, a Justiça deve ser contemporânea.

Crocce acredita que, apesar do grande volume de processos, falta acesso à justiça, e informa que isso acontece principalmente porque as pessoas não conhecem seus direitos e aqueles que conhecem não sabem como proceder. “Tem estados que não possuem Defensoria Pública, falta acesso a justiça e estima-se que 64% das pessoas não vão ao Judiciário para resolverem seus problemas”, informou.

Para o Secretário, a solução, para resolver a morosidade do Judiciário, é trabalhar em conjunto com os cartórios extrajudiciais, solicitar aos parlamentares alterações nas leis, resolução dos problemas na fase de execução, valorização das decisões de primeiro e de segundo grau, acabar com o litígio, utilizar a mediação e conciliação, profissionalizar a gestão e implementar inovações tecnológicas.

“Precisamos aprender com os notários e registradores a agilizar o sistema eletrônico e migrar do papel para o virtual todo o processo jurídico”, ressaltou. Segundo o Secretário, o administrador judicial é a figura que falta para melhorar a justiça brasileira.

Crocce disse, ainda, que somente deve ser encaminhado ao Judiciário o que depende da justiça e o que é conflitante. Esclareceu que o Usucapião Administrativo é um projeto interessantíssimo para que os próprios cartórios executem. “Vocês sabem do problema e respondem com agilidade”, disse.

“Trabalhamos juntos no Sistema de Informações de Registro Civil (SIRC) para que todos tenham acesso ao registro, buscamos também a solução dos processos com sustentabilidade. Além disso, criamos a Casa de Direitos, na Cidade de Deus-RJ, e temos a parceria com cartórios daquele estado para auxiliarem na solução de conflitos. É a mediação comunitária em situações do dia a dia. O Brasil está atrasado, por isso, não pode haver restrição de mediação”, salientou o Secretário.

Comentou, ainda, sobre a Proposta de Mediação que está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. “Pretendemos fazer um curso específico, em parceria com Anoreg-BR e a Secretaria de Reforma do Judiciário, para capacitar os cartorários. Queremos, também, aprovar o Usucapião Administrativo no Congresso Nacional. Precisamos  andar de mãos dadas com os cartórios extrajudiciais para que assim os cidadãos tenham seus direitos assegurados e respeitados”, finalizou Crocce.

Sobre esse assunto, o presidente, Rogério Bacellar, enfatizou que os membros da categoria fazem mediação desde sua fundação. “Fazemos mediação o dia inteiro, por meio do divórcio, casamento, testamento, sempre estamos mediando, por isso, a formalização deste ato é primordial para nossa classe”, disse.

Nesse sentido, o professor e advogado Rodrigo Toscano de Brito, falou sobre os direitos da personalidade, tendo como enfoque a dignidade da pessoa humana.

Para Brito, os cartórios delegam função importantíssima sobre os direitos da personalidade, já que o nome escolhido pelo cidadão deve ser avaliado pelo registrador com o objetivo de não expô-lo ao ridículo.

Brito informou, ainda, que o registro de nascimento se tornou complexo devido a multiparentalidade socioafetiva, onde enteados adquirem o sobrenome do padrasto ou madrasta. Falou também sobre a adoção à brasileira, ou seja, o registro de criança que não seja filho.

Veja o Slide da palestra de Rodrigo Toscano de Brito


Usucapião Administrativo e Regularização Fundiária

O registrador de imóveis, João Pedro Lamana Paiva, falou sobre a temática: “A Função Social da Propriedade: A Proposta para Usucapião Administrativo e Regularização Fundiária".

Lamana informou que o usucapião extrajudicial pode dar equilíbrio nas transações de aquisição da propriedade ao assegurar o direito a moradia. Informou que a regularização de assentamentos é a principal finalidade do usucapião. “A propriedade irregular vem tomando de conta do Brasil, cerca de 40% a 50% dos imóveis estão irregulares no Brasil”, afirmou.

Para o registrador, os notários e registradores exercem papel importante para a legalização da propriedade, isso por que o notário seria um jurista, para evitar os problemas e acabar com a morosidade do sistema fundiário. “O notário tem demonstrado grande experiência na condução de atos dessa espécie”, disse.

De acordo com Lamana, os serviços notariais e registrais são capazes de administrar a demanda do usucapião. “Com isso, teremos mais rapidez, celeridade e segurança jurídica”, finalizou.

Veja o Slide da palestra de Lamana Paiva

 (Assessoria de Imprensa Anoreg-BR)