Por unanimidade, a 6.ª Turma do TRF da 1.ª Região confirmou sentença da
16.ª Vara da Seção Judiciária do Estado da Bahia que afastou a
exigência de reconhecimento de firma no documento de autorização para
que um menor pudesse realizar viagem internacional na companhia de um de
seus pais. A decisão seguiu o voto apresentado pelo relator,
desembargador federal Jirair Aram Meguerian.
A mãe de um menor de idade impetrou mandado de segurança contra ato do
Delegado da Polícia Federal do Aeroporto Internacional Luís Eduardo
Magalhães, em Salvador (BA), que impediu o embarque de seu filho para
viajar ao exterior na companhia do pai sem o reconhecimento de firma no
formulário de autorização materna para viagem de menores, conforme
exigência da Resolução 74/2009, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O Juízo de primeiro grau, ao analisar o caso, concedeu a segurança para
autorizar a viagem do menor na companhia do pai. Na sentença, o
magistrado sustentou que “a exigência da formalidade do reconhecimento
de firma torna-se desarrazoada diante do contexto fático trazido a este
Juízo. Isto porque, àquela época, devido à decretação do recesso
forense, os cartórios competentes para exarar a autenticação da firma
não se encontravam em funcionamento regular”. Ainda de acordo com o
Juízo de primeiro grau, “este ato formal pode ser suprido quando a
autorização for subscrita pela própria genitora na presença de um dos
prepostos da Polícia Federal. Tal iniciativa é meio idôneo para
autorizar o embarque do menor”.
O processo chegou ao TRF1 por meio de remessa oficial. Trata-se de um
instituto previsto no Código de Processo Civil (artigo 475) que exige
que o juiz singular mande o processo para o tribunal de segunda
instância, havendo ou não apelação das partes, sempre que a sentença for
contrária a algum ente público. A sentença só produzirá efeitos depois
de confirmada pelo tribunal.
Decisão – Em seu voto, o relator esclareceu que,
segundo orientação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a liminar
deveria ter sido rejeitada pelo Juízo de primeiro grau. “Para que um
menor possa empreender viagem internacional na companhia de um dos pais,
é necessário que o acompanhante apresente, em substituição à
autorização judicial, autorização expressa do outro genitor com firma
reconhecida, não suprindo a formalidade a simples assinatura de
autorização perante autoridade da Polícia Federal”, diz o STJ.
Contudo, ponderou o magistrado, “a inicial foi protocolizada no dia
25/10/2010 e a medida liminar concedida e cumprida no mesmo dia, razão
pela qual não há bem jurídico a ser tutelado nesse momento processual,
hipótese que enseja a aplicação da teoria do fato consumado e a
manutenção da sentença de primeira instância”.
Processo n.º 0046865-61.2010.4.01.3300
Data do julgamento: 15/9/2014
Publicação no diário oficial (e-dJF1): 25/9/2014
Data do julgamento: 15/9/2014
Publicação no diário oficial (e-dJF1): 25/9/2014
Fonte: TRF1