Com o objetivo de erradicar o sub-registro no país e uniformizar as
informações sobre nascimentos, casamentos, óbitos e natimortos, o
governo instituiu hoje (27) o Sistema Nacional de Informações de
Registro Civil (Sirc). Ele terá uma base de dados própria, atualizada
diariamente.
Com o Sirc, de acordo com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos
(SDH), Ideli Salvatti, o governo pretende aperfeiçoar o Sistema
Brasileiro de Registro Civil de Nascimento para ter uma gestão
integrada, uniformizada, informatizada e com segurança dos dados dos
cidadãos. Decreto da
presidenta Dilma Rousseff publicado hoje no Diário Oficial da União
determina que os órgãos públicos federais e estaduais, além dos
cartórios, terão um ano para se adequar ao Sirc.
O novo sistema captará informações padronizadas de registros civis de
nascimento, armazenando-as em uma base de dados centralizada. Esses
dados também serão usados para subsidiar políticas públicas, como Bolsa
Família.
A ministra lembrou que o registro de nascimento é o principal documento
dos cidadãos brasileiros, mas até hoje o país não tinha uma base
centralizada com essas informações, o que, segundo ela, facilita a
falsificação do documento e também a prática de crimes. “O Brasil levou
muito tempo para acordar sobre a importância de padronizar a base de
dados desse documento”, disse Ideli.
“Em tragédias, como enchentes que atingiram alguns estados
recentemente, por exemplo, as pessoas perdem todos os documentos e têm
uma nova tragédia para recuperar seus dados. Com o cadastro isso será
facilitado”, acrescentou.
O secretário executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos
Gabas, classificou o sistema como “revolucionário” e disse que a
ferramenta vai contribuir para evitar fraudes.
Gabas lembrou que, atualmente, ainda é possível uma pessoa emitir 27
carteiras de identidade, uma em cada estado e no Distrito Federal,
devido à falta de padronização entre os bancos de dados estaduais.
“De todos os ganhos que o Sirc vai nos trazer, para os cartórios, para a
máquina publica, o maior é o do cidadão, com a garantia de direitos. É
um absurdo pensar que algumas pessoas nascem e não têm direito ao
registro civil. Isso protege também os servidores e o erário”, destacou
Gabas.
De acordo com a SDH, atualmente, 167 mil crianças com até um ano de
idade não têm registro de nascimento. Em 2002, eram mais de um milhão
nessa condição.
O Sistema Nacional de Informações de Registro Civil será administrado
por um comitê gestor, que estabelecerá as diretrizes para funcionamento
do sistema. O comitê será formado por oito ministérios, além da
Secretaria de Direitos Humanos, do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fonte: Agência Brasil