Publicado em: 19/02/2016
É o que aponta pesquisa realizada pelo Datafolha junto aos usuários de
cartórios das cidades de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e
Belo Horizonte. Outra questão levantada se referia à possibilidade do
deslocamento de algumas atividades dos cartórios para Prefeitura ou
outros órgãos públicos. O resultado mostra que 74% dos usuários são
contra estas alterações.
Os entrevistados esclarecem a razão de sua oposição quando questionados
sobre o que aconteceria em tal hipótese: 89% afirmaram que haveria
corrupção, 87% burocracia e dificuldade, 78% insegurança e 73% elevação
de custos.
A percepção se repete quando se cogita da migração de atividades dos
cartórios extrajudiciais privatizados para empresas privadas: 77% são
contra. A maioria dos entrevistados (80%) acredita que os custos
subiriam, enquanto 70% afirmam que haverá burocracia, 69% dificuldades e
61% corrupção.
De outro lado, mais da metade dos entrevistados acreditam que alguns
serviços públicos melhorariam se fossem prestados pelos cartórios. São
eles: registro de empresas (63%), emissão de CPF (53%), emissão de
documento único de identidade (52%) e de passaportes (51%), Segundo o
presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG
BR), Dr. Rogério Portugal Bacellar, a avaliação positiva é reflexo do
esforço da categoria para aprimorar o sistema extrajudicial e do perfil
constitucional que ela ostenta, que compreende a gestão privada, a
responsabilidade pessoal dos titulares e a fiscalização do Poder
Judiciário.
“Nos dedicamos constantemente ao aperfeiçoamento do sistema, investindo
em gestão, capacitação e tecnologia a fim de proporcionarmos ao cidadão
segurança jurídica e acesso fácil, rápido e seguro às informações e às
nossas atividades”, ressalta Bacellar.
Universo pesquisado – Foram entrevistados homens e
mulheres com mais de 18 anos, abordados na saída dos cartórios, logo
após a utilização do serviço. No total foram ouvidas 1.045 pessoas de
quatro capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba) e
do Distrito Federal. As abordagens ocorreram no período de 29 de
outubro a 04 de novembro, em 97 cartórios, em diferentes horários e dias
da semana, de forma a ser representativa da população usuária deste
tipo de serviço.
A maior parcela é composta por homens, 55% têm ensino superior, com
renda acima de cinco salários mínimos, e 86% faz parte da população
economicamente ativa. Além disso, 57% foram ao cartório para uso próprio
e 32% para uso de empresa. Dentre as categorias, os mais utilizados são
os de Notas e de Registro Civil, com 44% e 39% respectivamente.
Fonte: Segs